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Quanto tempo é normal um casal ficar sem transar? 

As especialistas consultadas por GZH concordam: tudo depende, e a questão envolve diversos fatores. 

Afinal, qual é a frequência "certa" de uma vida sexual a dois?  E por quanto tempo é normal um casal ficar sem transar?

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Uma pesquisa feita pela psiquiatra e sexóloga brasileira Carmita Abdo no início dos anos 2000 diz que a média em relacionamentos estáveis, de quatro a 20 anos de convívio, é de três vezes na semana. Mas a ginecologista e sexóloga Sandra Scalco ressalta que não existe uma regra e que tudo depende da configuração de cada relação. 

Depende do que a pessoa pressupõe como importante, o quanto prioriza sexo na vida. Isso significa que há pessoas que vão querer transar todo dia, ou quase todo dia, e tem quem acabe transando uma vez por semana ou por mês e está bom.

Sandra Scalco

Ginecologista e Sexóloga

Além disso, a rotina, muitas vezes cansativa em razão do trabalho e o cuidado com os filhos, é a queixa mais comum observada. 

A dificuldade de conversar sobre o assunto é apontada pela psicóloga e terapeuta de casal Emmanuelle Camarotti como um dos motivos que mais levam ao tempo de "seca".

Para a mulher, surge muito a questão de não sentir prazer, não atingir o orgasmo e a relação ficar no manual. Em relação ao homem, o que acaba surgindo é um desejo ou uma fantasia sexual que ele gostaria de pôr em prática, mas não comunica por ter vergonha do que a parceira vai pensar.

Emmanuelle Camarotti

Psicóloga e terapeuta de casal

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Quando existe o desejo e a vontade de ter relação, mas os empecilhos da vida atrapalham e fazem com que o casal se afaste. Em outras palavras: quando a falta de sexo se torna um incômodo para pelo menos uma das partes. 

Afinal, quando a frequência deve ser uma preocupação?

Relações com pouca atividade sexual tendem a ser de baixa qualidade, porque o sexo é para ser um momento de intimidade, de troca, em que o casal se conecta de outra forma.

Emmanuelle Camarotti

Psicóloga e terapeuta de casal

Quanto menos se transa, menos se quer transar, lembra Sandra. Assim como quando passamos por um período de sedentarismo e queremos voltar a praticar exercícios físicos com regularidade, a retomada de uma vida sexual frequente requer um novo condicionamento do cérebro.

O que fazer para aumentar a frequência?

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É importante desfazer o mito de que o sexo deve ser sempre espontâneo, alerta a sexóloga, e entender que programar o momento a dois na agenda não deve ser encarado de forma negativa.  

Sexo espontâneo, com desejo intenso, ocorre só, em geral, na fase inicial de um relacionamento. Isso não é ruim, pelo contrário. A gente pode fazer acontecer, se apropriar disso e entender o sexo como um critério importante dentro da qualidade de vida.

Sandra Scalco

Ginecologista e Sexóloga

O mais importante deve ser o quanto se investe em repertório e em resultado - ou seja, quando ambos terminam satisfeitos.   

Um ponto de atenção levantado pela médica é que o foco não precisa, necessariamente, ser a frequência das relações, mas, sim, a qualidade. 

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Emmanuelle reforça a importância de separar um momento para curtir a dois. Para quem tem filhos pequenos, a dica é recorrer a uma pessoa de confiança para cuidar da criança enquanto o casal curte um tempo a sós. Além disso, indica a estimulação da fantasia como forma de reconexão - filmes e jogos eróticos são uma boa pedida. 

Amar É: conta com uma série de perguntas sobre amor conjugal, que também envolve a relação dos casais com o sexo e com a sua própria sexualidade. Entre Nós: apresenta 15 perguntas objetivas. Depois, o casal consegue acessar as respostas um do outro e ver o que respondeu em comum e o que foi diferente.     

Para incentivar a conversa entre os dois, a psicóloga recomenda o uso de dois aplicativos. 

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Por questões culturais e também hormonais, as mulheres pensam o sexo de forma diferente do homem. Estimuladas, principalmente pelo pensamento e com desejo mais responsivo do que espontâneo, acontece de muitas se submeterem a uma frequência sexual maior do que de fato gostariam em nome da parceria. 

Mas, atenção! 

Em razão disso, acabam transando sem sentir prazer ou até com dor para "manter a frequência alta". Sandra alerta: — A pergunta que se faz é: em nome de quê? Costumo brincar com este casal: vocês estão fazendo uma coisa que não sei o nome, mas não é sexo.

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